sábado, 1 de outubro de 2011

Maybe no more.

Estou cansando de tudo. Tudo que me retém, de tudo que me faz mal que me atrasa. Já estou cheia dessas lágrimas que rolam sobre meu rosto todo santo dia. Lágrimas desperdiçadas por causa perdida. Lágrimas que não tem valor algum, para quem é o motivo delas. Estou cheia dessa “eu" que me tornei só para lhe agradar. Desse sorriso amarelo e da mesma resposta “estou com sono apenas’’ ou “estou só com dor de cabeça” quando me pergunta se estou triste.Sinto-me que sou apenas um consolo, um ombro amigo. Brevemente me pego pensando que apenas eu amo pelos dois. E é triste dizer, mas talvez não mais estarei disposta a fazer tudo isso por você!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Menino de sensações

Gostaria de ser esse piano, para sentir a suavidade de suas mãos ao me tocar. Gostaria de ser esse piano para descobrir todos os seus segredos que está guardado em todas as melodias feitas. Que provoca sorriso ou provoca choros inconsoláveis.
Ôh menino de sensações.
Sente tudo, sente o Lá, o Dó, o frio, amor, medo... Mas não sente a mim. Eu que cá estou perta de ti todos os dias. Eu se fosse esse piano seria apaixonada por você, alias eu acho que esse piano seja apaixonada por você. Mas ela não pode se expressar. Já eu, posso, mas não posso. Quero mais não quero.
Ah esse piano.

04:38

Quatro e trinta e oito da madrugada e não havia dormido ainda. Jogada sobre aquela poltrona velha, observava o quão bonito estava o céu. A lua cheia com todo seu brilho clareava toda a sala. O tic e tac do relógio tornou-se o único barulho da casa toda. Suspirei fundo, tentei arrumar-se sobre a poltrona, mas estava fora de cogitação. Minhas forças tinham se acabado desde o dia que você partiu. Desde a última briga.
A nostalgia me pegou. Ainda olhando o céu, lembrei-me das coisas que costumávamos a fazer, as músicas que cantávamos e até os apelidos carinhosos que nós chamávamos.
Toda aquela angústia e tristeza voltou a tona. A nostalgia estava só no começo. A noite começou a ficar fria, a casa estava fria, eu estava fria. Tornei-me durona a vista de todos, mas não tão durona quando estava sozinha. Os olhos se encheram de lágrimas. Suspirei fundo e não pisquei para não cair nenhuma gota sequer. Não poderia chorar. Não poderia chorar por uma causa perdida.
Voltei a lembrar das conversar no celular que duravam horas — dos filmes juntos — das brincadeiras.
Vi logo uma estrela cadente cair, suspirei fundo, fechei os olhos — as lagrimas caíram — fiz um pedido. Abri os olhos, limpei o rosto. Tomei coragem e me levantei da poltrona, fui até a cozinha. Peguei um vinho de 1950, 1960. Coloquei na taça e voltei para a sala. Só que desta vez fui pra perto da janela, tomando aquele belo vinho, meus pensamentos voaram. Pensei se fosse tudo diferente, como você estaria no meu lugar. Mas voltei-me a lembrar de que tudo não passava de uma ilusão. Que sempre amei pelos dois. Os olhos se encheram de lágrimas, porém desta vez elas rolaram sobre meu rosto. Senti em meus lábios aquele gosto salgado e amargo. Senti em meus lábios, a tristeza e o ódio juntos. Por que não poderia esquecer? Por que não poderia ter um deletar em algumas memórias? Dei mais alguns goles sobre a taça e antes de subir para o quarto, fui até a bolsa de medicamentos e tomei dois ou três calmantes e tomei com vinho. Subi para o quarto e deitei. Apeguei-me no meu pedido a estrela cadente. E enquanto as lágrimas rolavam, meus olhos fechavam e foi onde adormeci.

Nostalgia.

Encontrava-me no meu quarto, deitada sobre aquela cama grande, vazia e fria, que antigamente era preenchida com seu corpo. O apartamento que com você era pequeno ficará enorme com a sua ausência. Rolando na cama de um lado ao outro, pensava no passado e com isso as lágrimas caiam de uma forma involuntária. Queria apenas dormir, ao menos lhe esqueceria ou teria você em meus sonhos, amando-te. Fechava os olhos, contava carneiros com tentativas de conseguir pegar no sono, embora soubesse que fosse tempo perdido, tentativas frustradas. Na escuridão da madrugada havia uma pequena claridade que vinha da sala, brevemente lembrei que era noite de lua cheia e que as cortinas estavam entreabertas. Sentei-me na beirada da cama, calcei as pantufas, as suas pantufas e arrastei-me até a cozinha; procurei calmantes e tomei dois ou três comprimidos com um pouco de água. Voltando ao quarto passei pela sala para fechar a cortina, mas com todo o desanimo joguei-me na poltrona. Com a claridade da luz da Lua fiquei observando aquele imenso relógio de ébano, que você dizia que era lindo. E observando-o realmente era lindo, o seu balançar triste, preguiçoso, monótono de seu pêndulo. Suspirei fundo, as lágrimas tornaram a cair, mas parei ao tomar um susto com o badalar que saía de seus pulmões de bronze, o som claro e alto, uma sinfonia triste, tão triste quanto a mim. Seriam três horas da madrugada e eu ali, jogada sobre aquela poltrona, sobre a luz da lua e aquele relógio imenso. A nostalgia voltou e juntamente as lágrimas, só que desta vez as lágrimas pareciam que não tinha fim. Encolhi-me sobre aquela poltrona e entre lágrimas e soluços adormeci