sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nostalgia.

Encontrava-me no meu quarto, deitada sobre aquela cama grande, vazia e fria, que antigamente era preenchida com seu corpo. O apartamento que com você era pequeno ficará enorme com a sua ausência. Rolando na cama de um lado ao outro, pensava no passado e com isso as lágrimas caiam de uma forma involuntária. Queria apenas dormir, ao menos lhe esqueceria ou teria você em meus sonhos, amando-te. Fechava os olhos, contava carneiros com tentativas de conseguir pegar no sono, embora soubesse que fosse tempo perdido, tentativas frustradas. Na escuridão da madrugada havia uma pequena claridade que vinha da sala, brevemente lembrei que era noite de lua cheia e que as cortinas estavam entreabertas. Sentei-me na beirada da cama, calcei as pantufas, as suas pantufas e arrastei-me até a cozinha; procurei calmantes e tomei dois ou três comprimidos com um pouco de água. Voltando ao quarto passei pela sala para fechar a cortina, mas com todo o desanimo joguei-me na poltrona. Com a claridade da luz da Lua fiquei observando aquele imenso relógio de ébano, que você dizia que era lindo. E observando-o realmente era lindo, o seu balançar triste, preguiçoso, monótono de seu pêndulo. Suspirei fundo, as lágrimas tornaram a cair, mas parei ao tomar um susto com o badalar que saía de seus pulmões de bronze, o som claro e alto, uma sinfonia triste, tão triste quanto a mim. Seriam três horas da madrugada e eu ali, jogada sobre aquela poltrona, sobre a luz da lua e aquele relógio imenso. A nostalgia voltou e juntamente as lágrimas, só que desta vez as lágrimas pareciam que não tinha fim. Encolhi-me sobre aquela poltrona e entre lágrimas e soluços adormeci

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